domingo, 25 de novembro de 2012

Milonga


MILONGA—— MUSÍCA GAÚCHA






Introdução

Rio Grande do Sul, uma terra muito especial do Brasil, tem muitas coisas diferentes de outras partes do Brasil. E música não é uma excepção. Aqui, não só existem Samba e Bossa Nova, ainda tem um tipo de música que se chama milonga.

Milonga é um gênero de música e dança folclórica na Espanha e em várias partes da América Latina, principalmente Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul do Brasil, evidenciando o intercâmbio cultural entre estes povos. É cantada com acompanhamento do violão, fazendo parte da musicalidade dos gaúchos sul-americanos para expressar suas emoções, sentimentos e lides no campo.

Também na Argentina o local onde as pessoas vão dançar Tango, é chamado de milonga, neste mesmo local são dançados ambos os ritmos.

Origem e História

Milonga originou-se de uma forma de canto e dança da Andaluzia, Espanha, que, nos fins do século XIX, popularizou-se nos subúrbios de Montevidéu e Buenos Aires. Tem  origens musicais de Guajira , Candombe e Habanera. É definida como “uma espécie de música crioula platina, cantada ao som da guitarra (violão)”. Devido à proximidade entre Buenos Aires e Montevideo, facilmente adentrou o Uruguai, integrando-se à cultura deste país. Em seguida, chegou ao Rio Grandedo Sul transportanndo as fronteiras do estado com a Argentina e o Uruguai, ao som do violão, o acompanhamento predileto dos declamadores gaúchos. Também se diz que milonga tem uma origem africana, visto que milonga tem uma origem bundo-congolense, é o plural de mulonga, palavra.

De início, era música exclusivamente cantada, pelos 'payadores', acompanhados pela guitarra. Mais tarde, tornou-se uma dança; 'ir à milonga' significa ir bailar. Neste sentido, a milonga precedeu o tango, embora este último tenha obtido projeção mundial.

Características

Contém elementos da música africana em sua constituição rítmica e influências de chegadas de danças europeias e crioulas em Buenos Aires e Montevidéu. A milonga era simples, com um padrão rítmico fixo 2/4, que posteriormente evoluiu para melodias mais complexas e rápidas.

Milonga tembém é um ritmo de dança onde se dança tango num estilo dolente e "malandro". A milonga no Rio Grande do Sul é dançada com a marcação de 2 e 1, duas marcações feitas com uma perna e a outra fazendo deslocamento com um passo para frente ou para trás.



Relação com o Tango

Para mim, milonga é uma música melosa, sentimental, gostosa de ouvir e dançar, mais sensual que o tango. O tango e milonga estão fortemente relacionados entre si. Em algum ponto, algumas influências do candombe, da mazurca e da valsa se uniram à milonga, criando o tango, um ritmo que acabou por se desenvolver paralelamente, tornando-se mundialmente famoso. Dizem que o tango é a versão mais lenta da milonga. A coreografia de milonga é semelhante a do tango, porém seus movimentos são mais rápidos e relaxados. Embora tanto a milonga quanto o tango são compasso 2/4 ou 4/4 , 8 colcheias da milonga estão distribuídas em 3 + 3 + 2, mais rápido do que Tango.



Depois que conhecer a milonga, vamos ouvir uma milonga cantada por Vitor Ramil, Ramilonga- A Estética do Frio. Talvez essa canção não seja uma milonga típica, mas é a milonga que mais me impressionou, melancôlica e bonita.

 Nessa canção aparecem muitas coisas típicas gaúchas, por exemplo, chimarrão e muitos lugares em Porto Alegre, expressando o amor profundo pela milonga e a cidade.  A reflexão acerca da identidade de quem vive no extremo sul do Brasil começa pela recusa ao estereótipo do gauchismo; o canto forte dá lugar a uma expressividade sofisticada e suave; instrumentos convencionais são substituídos por outros, como os indianos e africanos, nunca antes reunidos neste gênero de música. 

Ramilonga
Vitor Ramil
Chove na tarde fria de Porto Alegre

Trago sozinho o verde do chimarrão

Olho o cotidiano, sei que vou embora

Nunca mais, nunca mais

Chega em ondas a música da cidade

Também eu me transformo numa canção

Ares de milonga vão e me carregam

Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Sobrevôo os telhados da Bela Vista

Na Chácara das Pedras vou me perder

Noites no Rio Branco, tardes no Bom Fim

Nunca mais, nunca mais

O trânsito em transe intenso antecipa a noite

Riscando estrelas no bronze do temporal

Ares de milonga vão e me carregam

Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

O tango dos guarda-chuvas na Praça XV

Confere elegância ao passo da multidão

Triste lambe-lambe, aquém e além do tempo

Nunca mais, nunca mais

Do alto da torre a água do rio é limpa

Guaíba deserto, barcos que não estão

Ares de milonga vão e me carregam

Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Ruas molhadas, ruas da flor lilás

Ruas de um anarquista noturno

Ruas do Armando, ruas do Quintana

Nunca mais, nunca mais

Do Alto da Bronze eu vou pra Cidade Baixa

Depois as estradas, praias e morros

Ares de milonga vão e me carregam

Por aí, por aí

Ramilonga, Ramilonga

Vaga visão viajo e antevejo a inveja

De quem descobrir a forma com que me fui

Ares de milonga sobre Porto Alegre

Nada mais, nada mais



Se quiser saber mais sobre milonga, pode escutar as canções de alguns maiores nomes da milonga:  Roberto Firpo, Angel D'Agostino, Pedro Laurenz, Villoldo, Francisco Canaro, Rodolfo Biagi, Juan d'Arienzo, Edgardo Donato, Gabino Ezeiza, Aníbal Troilo, Lucio Demare, Domingo Federico, Angel Vargas, Mariano Mores, Francisco Lomuto e Carlos Di Sarli.

Nenhum comentário:

Postar um comentário